Que haja força
18:56Ontem, errei de direção, cliquei na foto de sua filha e seu rosto sereno e sorridente me pareceu feliz entre declarações de amor e luto eterno...
Fomos lapidadas para sermos mulheres fortes, não é?
Mas eu, só pude assim ser talhada porque, entre outras benesses D'Ele, cresci sob seu olhar de mestra. Se logrei êxito em aprender a ser essa mulher, esta é uma dúvida que, por hora, pus na gaveta. Quanto à senhora, ninguém nunca precisou se perguntar sobre sua força, questionar sua resiliência. Fez-se onipresente o quanto pôde.
Há cansaço demais para poetizar as palavras e lapidar a prosa a meu gosto. Há ainda demasiada saudade e pequenos suplícios que o futuro me reserva. Sua cadeira ostensivamente vazia em minha formatura, os primeiros cuidados de meus rebentos, os conselhos contundentes para o equilíbrio marital. Sua presença ilustre, matriarcal, apaziguadora e confrotadora nos fins de semana
Hoje fez um ano e, quisera eu, fosse o primeiro ano de um filho, o primeiro ano de um casamento, o primeiro ano de um emprego. Assim, eu teria a certeza indubitável de seu parabéns, de sua presença em minha morada e de seu amor à sua maneira peculiar de distribuí-lo. Pena que seja um ano do momento mais contundente de sua ausência, de sua dolorosa ascensão. Pena, torturante pena.
Mulheres fortes que somos, criadas para a guerra que fomos, nunca nos dissemos eu te amo.
EU TE AMO.
Era só isso que quis meu prelúdio sucinto, dolorido e mal escrito dizer-lhe neste dia de consternação.
Dixi.
3 comentários
Lindo! extremamente carregado de um sentimento ímpar a admiração por sem dúvida, uma grande mulher!
ResponderExcluirNega,
ResponderExcluirUm dos seus mais fortes textos. Como um fio desencapado. Amei.
Um cheiro!
Mami Sam.
Obrigada amores!
ResponderExcluirNão houve gosto, senão um tanto de desabafo, em escrever esse texto, mas...
... a palavra me liberta!
Tô andando descalça, Mami, e não sei onde deixei o fio desencapado...